quarta-feira, 29 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
Administração de conflitos - Alfredo Leonardo Penz
Administração de conflitos, por Alfredo Leonardo Penz*
Palestrar sobre “administração de conflitos”: esta foi a tarefa que me foi confiada em uma das instituições de ensino em que trabalho. Em princípio, hesitei, pois quando me foi feito o convite, a primeira reação que passou pela cabeça foi a seguinte: existem “tantos conflitos” nas minhas aulas. Mas como sou daqueles que aceitam os desafios (como oportunidades de aprendizado), aceitei ao chamamento. O público-alvo eram meus colegas de trabalho, meus coordenadores, o pessoal do administrativo e até o big boss (o grande chefe - traduzindo o estrangeirismo). Mas o que é conflito? Como de costume, como todo bom cartesiano (metódico), busquei junto ao meu amigo “Houaiss” sua definição: profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes; choque, enfrentamento; discussão acalorada (altercação); impulsos ou tendências antagônicos, entre outras.Como – pensei, neste mundo de Deus, não haver conflitos? E, ainda, especialmente numa sala de aula? Lá como em muitos lugares, existem os skatistas, os apaixonados, os matadores de aula, os desesperados, os músicos, os reclamões, os vegetais, os estudiosos e os nerds. A legião é tão grande, que não para por aí: os desligados, os bonitões e as bonitonas, os esportistas, os estressados, os jogadores, os diferentes, os “sem noção”, os hiperativos, os vaidosos, os desenhistas, os copiadores, os inseparáveis e uma infinidade de “os” que faltam cadeiras nas salas de aulas.
E, diga-se de passagem, graças a Deus temos esta enorme variedade de características, ou seja, Ele calculou tudo certinho para que aprendamos a dividir espaços com os nossos afetos e também com os desafetos, a conviver e trocar olhares e palavras. Se pensássemos da mesma forma seria muito ruim, pois se há uma coisa que eu acredito é que a “unanimidade é burra”.
Mas por que temos tantos conflitos nas salas de aulas? Na minha visão de educador é que, hoje, neste início de terceiro milênio, nossos alunos não estão acostumados a ouvir o não. Quando alguns alunos recebem um não, quando queriam ouvir um sim, e um sim, quando queriam ouvir um não, iniciam-se os conflitos. E este conflito em sala de aula afeta todo o andamento escolar. É por isto que frequentemente vemos e ouvimos ataques a professores, discussões acaloradas, falta de educação com os mestres e até brigas marcadas nas redes sociais.
Quem tem medo de dizer o não ao filho na hora certa, quem sempre cede aos caprichos desde cedo às crianças e adolescentes, na hora errada será difícil corrigir. Crianças e adolescentes devem ter suas obrigações desde cedo e saber que o não faz parte da vida. O respeito vem de berço e deve ser aculturado. Mas, infelizmente, na nossa sociedade, parece que caiu à escola esta tarefa.
alfredopenz@yahoo.com.br
*professor e escritor
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